🌕🐣 A Páscoa, Ostara e a Lua Cheia: um mergulho nas raízes da renovação


 Você já se perguntou por que a data da Páscoa muda a cada ano? Ou por que celebramos com ovos e coelhos, mesmo em meio a um feriado cristão? A verdade é que a Páscoa é muito mais antiga do que imaginamos — ela carrega em si o entrelaçamento de tradições pagãs, judaicas e cristãs, todas conectadas a um mesmo fio: o renascimento.

✨ A Lua Cheia e o Equinócio

A Páscoa cristã é uma das celebrações mais importantes do calendário litúrgico. Ela acontece no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre depois do equinócio de primavera no hemisfério norte — um cálculo que, por si só, já revela uma herança astronômica e ancestral.

Essa escolha não é por acaso. A lua cheia sempre foi símbolo de plenitude e transição em muitas tradições espirituais. O equinócio marca o momento em que o dia e a noite têm a mesma duração — um portal entre luz e sombra, inverno e primavera, morte e renascimento.

✡️ A Páscoa Judaica: Pessach

Antes de ser cristã, a Páscoa era judaica. Chamada de Pessach, essa celebração marca a libertação dos hebreus da escravidão no Egito. É um momento de lembrar a travessia, a coragem, a saída da dor rumo à liberdade.

Nos Evangelhos, a Última Ceia de Jesus teria sido justamente uma ceia de Pessach. Assim, o cristianismo adotou esse momento como o ciclo da morte e ressurreição de Cristo — outro tipo de renascimento.

🌼 Ostara: a Deusa do Despertar

Mas a história vai ainda mais fundo na Terra. Antes mesmo da tradição judaico-cristã, povos pagãos celebravam o equinócio da primavera com um festival dedicado à deusa Ostara, ou Eostre, de onde vem o nome inglês da Páscoa: Easter.

Ostara é a guardiã da fertilidade, da luz crescente, das flores que rompem o frio da terra. Ela representa o despertar da vida após o silêncio do inverno. Segundo a lenda, Ostara dorme sob a terra nos meses frios, sendo protegida por lebres que aguardam o momento certo para avisá-la que o sol voltou a brilhar. Quando ela desperta, a primavera floresce.

Por isso, coelhos e ovos tornaram-se símbolos dessa época: são imagens da fertilidade, da criação e do milagre de renascer mesmo depois dos tempos mais escuros.

🍂 A Páscoa no Hemisfério Sul: um Outro Ciclo

Enquanto no Norte a Páscoa coincide com a chegada da primavera, aqui no hemisfério sul vivemos o outono. E ainda assim, o simbolismo se mantém. É tempo de acolher a segunda colheita, agradecer pelo que foi gerado e se preparar para o recolhimento do inverno. É o outro lado da mesma moeda: se no Norte é hora de florescer, aqui é hora de amadurecer e soltar o que não precisa mais.

Ainda assim, o espírito da Páscoa — o renascimento — permanece. Porque renascer não é apenas explodir em flores, mas também se reinventar no silêncio, se fortalecer no escuro e preparar novas sementes para quando o tempo for propício.

🌱 Celebre o Ciclo

A Páscoa é um convite. Um lembrete de que, não importa o quanto o inverno tenha sido duro, a luz sempre retorna. Que há beleza tanto na colheita quanto no florescer. Que a vida é feita de ciclos — e cada um deles merece ser honrado.

Então, não importa sua fé ou tradição: neste domingo de Páscoa, permita-se uma pausa. Observe a lua cheia, conecte-se com a terra, agradeça pelas sementes que você plantou — e pelas que ainda virão.

Boa renovação e renascimento para você. 🌕🐇🌸






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